Nova técnica usa gordura para 'cultivar' orelhas em laboratório
James Gallagher
Repórter de Ciência e Saúde da BBC News
Médicos do hospital Great Ormond Street, em Londres, estão desenvolvendo uma forma de reconstruir partes do rosto com células-tronco obtidas a partir de amostras de gordura do próprio paciente.
A equipe já conseguiu criar cartilagem em laboratório e acredita que a técnica pode ser usada para refazer orelhas e narizes.
O estudo com a descrição do novo método foi publicado no periódico Nanomedicine.
Especialistas acreditam que ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas que a técnica tem potencial.
Os médicos querem tratar condições congênitas como a microtia, na qual há uma malformação ou ausência completa da orelha.
Até o momento, a técnica mais usual para corrigir esse problema em crianças envolve a retirada de cartilagem de suas costelas.
Depois, o tecido é esculpido cuidadosamente por cirurgiões para que se assemelhe ao formato de uma orelha. Em seguida, a "orelha" é implantado no paciente.
Esse método requer múltiplas operações e deixa cicatrizes no peito. Além disso, a cartilagem das costelas nunca se recupera.
Molde
A equipe de médicos do Great Ormond Street Hospital busca uma alternativa na qual uma pequena amostra de gordura é retirada da criança para que células-tronco sejam extraídas dela e cultivadas.
Essas células são colocadas em um molde em formato de orelha para que assumam a forma desejada. Produtos químicos adicionados no processo fariam com que as células se transformassem em cartilagem.
O resultado final pode ser implantado sob a pele da criança.
Os pesquisadores já conseguiram criar a cartilagem no molde, mas testes de segurança são necessários antes que o material possa ser usado em pacientes.
"É animador termos obtido células não-cancerígenas, que podem ser implantadas de volta no paciente sem haver o risco do sistema imunológico do paciente combatê-las", diz a cientista Patrizia Ferreti, uma das integrantes da equipe, à BBC.
"Fazer essa reconstrução com uma só cirurgia seria muito importante para reduzir o estresse imposto à criança. Esperamos que essa nova cartilagem cresça junto com a criança."
Nova orelha
A técnica poderia ajudar pacientes como Samuel Clompus, de 15 anos, que já fez uma cirurgia de reconstrução da orelha.
Sua mãe, Sue, diz que a família está feliz com a pesquisa.
"Ele tem uma cicatriz até hoje que o incomoda bastante. Com a nova técnica, isso seria evitado", afirma ela.
O método ainda poderia ser usado para criar cartilagem para outras partes do rosto, como o nariz, que pode ser danificado em adultos após cirurgias para retirada de tumores.
Os médicos dizem que poderiam fazer ossos com a mesma técnica.
"Obviamente ainda estamos só começando. O próximo passo é aperfeiçoar a escolha do material inicial e desenvolver melhor a técnica", afirma Ferretti.
Ao comentar o estudo, o cirurgião Martin Birchall, da Universidade College London, diz que a técnica pode ser "transformadora".
Ele esteve envolvido nas primeiras operações para implantar, em pacientes, canais respiratórios criados em laboratório.
Birchall afirma que a nova técnica ainda requer testes.
"No meu caso, usamos células-tronco obtidas da médula óssea porque elas tinham sido usadas em transplantes em 10 mil pessoas. Provavelmente não haverá problemas com as células de gordura, mas elas ainda não tiveram sua segurança provada."
Fonte: meguianaweb
Repórter de Ciência e Saúde da BBC News
Samuel Clompus, de 15 anos, pode ser beneficiado pela nova técnica |
Médicos do hospital Great Ormond Street, em Londres, estão desenvolvendo uma forma de reconstruir partes do rosto com células-tronco obtidas a partir de amostras de gordura do próprio paciente.
A equipe já conseguiu criar cartilagem em laboratório e acredita que a técnica pode ser usada para refazer orelhas e narizes.
O estudo com a descrição do novo método foi publicado no periódico Nanomedicine.
Especialistas acreditam que ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas que a técnica tem potencial.
Os médicos querem tratar condições congênitas como a microtia, na qual há uma malformação ou ausência completa da orelha.
Até o momento, a técnica mais usual para corrigir esse problema em crianças envolve a retirada de cartilagem de suas costelas.
Depois, o tecido é esculpido cuidadosamente por cirurgiões para que se assemelhe ao formato de uma orelha. Em seguida, a "orelha" é implantado no paciente.
Esse método requer múltiplas operações e deixa cicatrizes no peito. Além disso, a cartilagem das costelas nunca se recupera.
Molde
A equipe de médicos do Great Ormond Street Hospital busca uma alternativa na qual uma pequena amostra de gordura é retirada da criança para que células-tronco sejam extraídas dela e cultivadas.
Essas células são colocadas em um molde em formato de orelha para que assumam a forma desejada. Produtos químicos adicionados no processo fariam com que as células se transformassem em cartilagem.
O resultado final pode ser implantado sob a pele da criança.
Os pesquisadores já conseguiram criar a cartilagem no molde, mas testes de segurança são necessários antes que o material possa ser usado em pacientes.
"É animador termos obtido células não-cancerígenas, que podem ser implantadas de volta no paciente sem haver o risco do sistema imunológico do paciente combatê-las", diz a cientista Patrizia Ferreti, uma das integrantes da equipe, à BBC.
"Fazer essa reconstrução com uma só cirurgia seria muito importante para reduzir o estresse imposto à criança. Esperamos que essa nova cartilagem cresça junto com a criança."
Nova orelha
A técnica poderia ajudar pacientes como Samuel Clompus, de 15 anos, que já fez uma cirurgia de reconstrução da orelha.
Sua mãe, Sue, diz que a família está feliz com a pesquisa.
"Ele tem uma cicatriz até hoje que o incomoda bastante. Com a nova técnica, isso seria evitado", afirma ela.
O método ainda poderia ser usado para criar cartilagem para outras partes do rosto, como o nariz, que pode ser danificado em adultos após cirurgias para retirada de tumores.
Os médicos dizem que poderiam fazer ossos com a mesma técnica.
"Obviamente ainda estamos só começando. O próximo passo é aperfeiçoar a escolha do material inicial e desenvolver melhor a técnica", afirma Ferretti.
Ao comentar o estudo, o cirurgião Martin Birchall, da Universidade College London, diz que a técnica pode ser "transformadora".
Ele esteve envolvido nas primeiras operações para implantar, em pacientes, canais respiratórios criados em laboratório.
Birchall afirma que a nova técnica ainda requer testes.
"No meu caso, usamos células-tronco obtidas da médula óssea porque elas tinham sido usadas em transplantes em 10 mil pessoas. Provavelmente não haverá problemas com as células de gordura, mas elas ainda não tiveram sua segurança provada."
Fonte: meguianaweb
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